Nestas publicações, meninos com sandálias cor-de-rosa, que gostam de maquilhagem e não sabem jogar futebol, contrastam com meninas que querem ser bombeiros e cientistas, tocam guitarra eléctrica e são craques no hóquei.
«O nosso objectivo é dar às crianças a liberdade de criar sua própria identidade, sem padrões pré-concebidos e sem preconceitos de sexo, raça e sexualidade. Queremos quebrar as regras rígidas que determinam o que um menino e uma menina devem ser ou fazer e ampliar os horizontes da criança», disse a escritora Karin Salmson, co-fundadora da editora Vilda, à BBC Brasil.
Nos livros das duas editoras, os pais também desafiam os conceitos tradicionais de família. Não é o homem que sai para trabalhar, nem é a mulher que fica em casa a fazer o jantar. E os casais do mesmo sexo também não são nenhum tabu.
«Famílias com pais gays, mães solteiras e crianças adoptadas também são famílias normais. Temos várias assim na Suécia, mas esta realidade não está reflectida nos livros infantis. Mostrá-las em histórias nas quais o enredo não é simplesmente sobre famílias gays ou mães solteiras demonstra que essas famílias existem, que são normais e que precisam de ser aceites», explicou Karin Salmson.
No entanto, estas publicações são criticadas por vários sectores da sociedade, um pouco mais conservadores do que as editoras Vilda e Olika. Num país considerado um bastião de valores como igualdade e liberdade, ainda há quem ache estranho que os meninos usem sandálias cor-de-rosa e as meninas joguem muito bem à bola.
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