27 de agosto de 2008

Meninos com sandálias cor-de-rosa e meninas que jogam à bola

O título pode até nem lhe ser estranho, se for tão liberal com as duas editoras de livros infantis que conseguiram provocar um intenso debate na Suécia sobre os limites da nova sociedade.

Nestas publicações, meninos com sandálias cor-de-rosa, que gostam de maquilhagem e não sabem jogar futebol, contrastam com meninas que querem ser bombeiros e cientistas, tocam guitarra eléctrica e são craques no hóquei.

«O nosso objectivo é dar às crianças a liberdade de criar sua própria identidade, sem padrões pré-concebidos e sem preconceitos de sexo, raça e sexualidade. Queremos quebrar as regras rígidas que determinam o que um menino e uma menina devem ser ou fazer e ampliar os horizontes da criança», disse a escritora Karin Salmson, co-fundadora da editora Vilda, à BBC Brasil.

Nos livros das duas editoras, os pais também desafiam os conceitos tradicionais de família. Não é o homem que sai para trabalhar, nem é a mulher que fica em casa a fazer o jantar. E os casais do mesmo sexo também não são nenhum tabu.

«Famílias com pais gays, mães solteiras e crianças adoptadas também são famílias normais. Temos várias assim na Suécia, mas esta realidade não está reflectida nos livros infantis. Mostrá-las em histórias nas quais o enredo não é simplesmente sobre famílias gays ou mães solteiras demonstra que essas famílias existem, que são normais e que precisam de ser aceites», explicou Karin Salmson.

No entanto, estas publicações são criticadas por vários sectores da sociedade, um pouco mais conservadores do que as editoras Vilda e Olika. Num país considerado um bastião de valores como igualdade e liberdade, ainda há quem ache estranho que os meninos usem sandálias cor-de-rosa e as meninas joguem muito bem à bola.

in: iol

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